Conheci o Artur há dois anos atrás. Tive a honra de partilhar um " plateau " com ele. O privilégio de conversar com ele, de lhe confessar envergonhadamente o meu Sportinguismo, de o ver a trabalhar, empenhado, sério, humilde numa profissão que ajudou a inventar.
Recordo, com um orgulho incontido, quando me veio dizer na estreia " Olha que vais muito bem. Fazes muito bem isto ". Eu? Artur e de si que direi? Que cresci consigo a salpicar-me a memória e a vontade?
Na voz dele ouvimos tudo.
Aquele golo cantado de canto directo foi tanto do Morais como do Artur.
O Artur gostava muito de mulheres. Assistir a um dos seus galanteios era uma aula catedrática de romance. Gostava muito de lhes atirar piropos e, desconfio, percebeu cedo que as encantava com o perfume da história.
O Artur era do Sporting. Daquele Sporting que andamos a matar há anos, não deste que temos agora. Era ele próprio uma reserva moral e ética do Sportinguismo.
O Artur era mulherengo e do Sporting.
Era dos nossos.
Morreu o Artur e com ele uma certa maneira de ser português.
Uma lágrima e uma vénia.
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